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  • Foto do escritorNatália Nogueira

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Atualizado: 28 de nov. de 2019

MOVIMENTOS SOCIAIS EM TEMPOS DE FACEBOOK



Neste momento, o Brasil passa por uma visível transformação. De espectadora, a sociedade torna-se participante ativa na cena política do país. Black blocs, Anonymous e muitos outros invadem o real advindo do mundo virtual.

Em 2008, a igreja da Cientologia conseguiu judicialmente o direito à censura de um vídeo de uma de suas cerimônias colocados na internet. Foi só a decisão ser tomada que um grupo resolveu se manifestar contra: os Anonymous. De máscaras, dezenas de pessoas se prostraram em frente à sede da organização religiosa, na Flórida. Mas quem são eles e o que querem? Segundo uma entrevista cedida por um dos membros da organização, Farfalla, o Anonymous não é um grupo fechado, mas uma ideia, e todos que compartilham dessa ideia são Anonymous e não do Anonymous. Desde 2003, pessoas que se nutrem das mesmas lutas vêm se encontrando virtualmente, com início no site 4chan. Desta plataforma, eles passaram a se reunir por meio das Redes sociais. O que ocasionou o “Gigante acordado”? O advento da internet.


Com a possibilidade de compartilhar informações quase que instantaneamente, nos deparamos com a expressão emprestada por Pierry Levy: “Cérebro Global”. A ideia que circunda sua definição parte da premissa de que cada indivíduo pode contribuir para a construção da significação de algo. Simplificando: o conhecimento é colaborativo e é disso que a inteligência coletiva, construída por cada um de nós, se alimenta. Através desta dinâmica, a internet se torna a principal articuladora e inovou os meios de conversação e integração. As redes sociais fazem ressurgir o ativismo social de forma a atrair cada vez mais adeptos. Diferente de períodos anteriores apenas em sua concepção, porém tão arrebatadora quanto, ainda leva a sociedade à organização em nichos com propósitos mais claros internamente.


Nos anos 90, o mundo passa pela retribalização citada por McLuhan. Depois dos “gritos organizados, porém isolados”, pessoas de todas as partes do mundo se veem diante dos meios de comunicação. Da subdivisão de indivíduos em grupos sem conexão, a humanidade aprecia o reencontro com seus semelhantes e seus anseios e vontade de compartilhá-los com o resto do mundo. Será que a facilidade de se “organizar” banalizou as lutas sociais? O intuito de destaque diante da sociedade e do corpo político foi capaz de tornar os interesses dos manifestantes menos claros e legítimos? A precariedade do controle coletivo e a tomada da emoção em grupo (tão trabalhada por Hitler) afeta a genuinidade da busca por direitos? Seremos os responsáveis pelas respostas que, com certeza, não nos serão dadas tão rápido.


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